Star Trek: The Animated Series (abreviada como TAS ou ST:TAS) é um seriado de desenho animado americano de ficção científica que se passa no universo de Star Trek após Star Trek: The Original Series da década de 1960. A série foi ao ar com o nome de Star Trek, porém ficou mais conhecida por seu retrônimo para diferenciá-la das outras séries da franquia. O sucesso da série original na sindicação e a pressão dos fãs para uma nova produção de Star Trek levou a The Animated Series entre 1973 a 1974, como fonte de aventuras da tripulação da USS Enterprise, até o lançamento do filme Star Trek: The Motion Picture, em 1979. TAS foi a primeira série de Star Trek a vencer um Emmy Award.
A série foi produzida pela Filmation em associação com a Paramount Television e teve duas temporadas entre 1973 e 1974 na NBC, com um total de 22 episódios de meia hora de duração. Uma proposta inicial da Filmation tinha crianças como os personagens antigos. De acordo com Norm Prescott, a Paramount ofereceu uma grande quantia de dinheiro para Roddenberry deixar o controle criativo da série, e deixar a Filmation prosseguir com a ideia de “crianças cadetes no espaço”. Ele recusou. A Filmation iria mais tarde desenvolver esse ideia com sua própria série Space Academy, em 1977.
Os roteiristas da série usaram, essencialmente, o mesmo guia de roteiristas que foi usado em Star Trek: The Original Series.
Enquanto a liberdade da animação permitiu uma grande variedade de paisagens alienígenas e aliens não-humanóides críveis, as restrições de orçamento foram um problema e a qualidade da animação era apenas razoável, com um grande reúso de cenas (algo comum em programas da Filmation). Havia também erros ocasionais, como um personagem aparecer onde não deveria, ou um personagem que deveria aparecer na tela principal aparecer na frente dela, indicando um mal ordenamento de telas. Eram tipicamente erros isolados. Ocasionalmente, entretanto, partes dos episódios eram animados de uma forma e qualidade quase cinematográfica.
A série apresentava quase todo o elenco da série original dando a voz para seus personagens, com a exceção de Pavel Chekov (Walter Koenig), que foi omitido devido ao orçamento, que não permitia o elenco completo. Ele foi substituído por dois personagens semirregulares: Tenente Arex; um edosiano que tinha três braços e três pernas; e Tenente M’Ress, uma caitiana fêmea. James Doohan e Majel Barrett, além de fazerem a vozes de seus personagens, Montgomery Scott e Christine Chapel, faziam a vozes de Arex e M’Ress, respecticamente.
Inicialmente, a Filmation iria usar apenas as vozes de William Shatner, Leonard Nimoy, DeForest Kelley, Doohan e Barrett. Doohan e Barrett fariam as vozes de Sulu e Uhura. Nimoy se recusou a trabalhar na série se Nichelle Nichols e George Takei não fossem contratados, alegando que os personagens eram importantes devido ao fato de mostrarem a diversidade étnica do século XXIII.[2]
Koenig não foi esquecido, e mais tarde escreveu um episódio da série, se tornando o primeiro membro do elenco de Star Trek a escrever um episódio. Ele escreveu “The Infinite Vulcan”, que tinha elementos do episódio da série original “Space Seed”.
Comum para uma animação, os dubladores não gravavam juntos, eles gravavam em separado para não entrar em conflito com outros compromissos. Shatner, que estava trabalhando em uma peça de teatro pelo país, gravaria suas falas na cidade em que ele estava no momento, e enviaria a fita para o estúdio. Doohan e Barrett também faziam as vozes de quase todos os personagens “convidados”, com algumas exceções como Sarek, Cyrano Jones e Harry Mudd, que tiveram as vozes de seus atores originais. Nichelle Nichols também fez a voz de outros personagens em vários episódios.
Os 22 episódios da The Animated Series foram ao ar em duas curtas temporadas entre 1973 e 1974, com sua grande maioria sendo dirigidos por Hal Sutherland. Todos eles receberam romantizações escritas por Alan Dean Foster e publicadas como Star Trek Logs. Inicialmente, Foster adaptou três episódios por livro, porém edições posteriores tinham os roteiros de meia hora expandidos para livros de tamanho normal.
Star Trek: Tha Animated Series foi a única série da franquia a começar diretamente com os créditos iniciais, não possuindo nenhuma cena de início para estabelecer a história.
A série foi beneficiada pela Greve dos Roteiristas da América, Leste de 1973, que não se aplicava para a animação. Alguns episódios são especialmente notáveis devido a contribuição de conhecidos escritores de ficção científica da época:
* “More Tribbles, More Troubles” foi escrito por David Gerrold como uma sequência para seu famoso episódio “The Trouble With Tribbles” da série original. Aqui, Cyrano Jones é resgatado pelos klingons, trazendo consigo pingos geneticamente alterados que não se reproduzem, mas crescem até tamanhos absurdos. Os klingons, por sua ódio contra os pingos, estão ávidos para pegar Jones porque ele roubou uma criatura que eles criaram: um predador chamado “glommer” que se alimenta de pingos.
* “Yesteryear”, de D. C. Fontana, é um episódio de viagem no tempo onde Spock usa o Guardião da Eternidade, o portal do tempo visto em “The City on the Edge of Forever”, para viajar até sua própria infância. Este é o único episódio da série a ser escrito pela roteirista da série original, e posteriormente de Star Trek: The Next Generation, D. C. Fontana. Foi a primeira aparição do bicho de estimação de Spock, um sehlar chamado de I-Chaya, que foi mencionado pela primeira vez em “Journey to Babel”. Um elemento de “Yesteryear” se torno canônico do universo de Star Trek, a cidade vulcana de ShiKahr. Ela foi vista além do arco de pedra em Star Trek III: The Search for Spock e na versão remasterizada de “Amok Time”.
* “The Slaver Weapon”, de Larry Niven, adaptado de seu conto “The Soft Weapon”. É o único episódio ou filme da era da série original que Kirk não aparece, e o único de toda franquia Star Trek em que o capitão não aparece.